Os pré-socráticos (cosmológicos) Heráclito e Parmênides começaram o discurso da lógica na Grécia Antiga.
Na lógica se adequa o pensamento e conhecimento com a linguagem, discurso. É uma forma de expressão, necessário saber a lógica argumentativa que irá expressar o conhecimento. Linguagem é organizar o argumento do pensamento.
Logos representa linguagem e discurso; pensamento e conhecimento (elaborados na mente), é a relação do pensamento que elaboro na mente e sua expressão, seja verbal, corporal, por máquinas, símbolos, gestos, etc. Atualmente o uso da palavra lógica, como algo certo, evidente tornou-se senso comum.
Os pré-socráticos analisavam como seres aparecem e desaparecem do mundo, entendendo o ser humano como um elemento natural, árvore, pedra. O que muda e o que não muda na sociedade, entendiam que há movimento na natureza, a noite vira dia e comparo com o movimento humano (o homem nasce, envelhece e morre em um estilo similar ao movimento do seco para o molhado). Estudo do devir, o que permanece, continua.
Para Heráclito apenas o devir, a mudança, é real. A mudança é presente no cosmos, tudo muda para seu estado contrário; o universo é a luta dos contrários. Dizia que através de nossas sensações não entendemos, compreendemos a mudança, os movimentos (como do dia para a noite), só entendemos a partir do pensamento, raciocínio. Os sentidos enganam o homem. Apenas a percepção do pensamento sobre a realidade é real, temos a percepção de um mundo estático. Desta fala de Heráclito, de contradições nasce a dialética.
Parmênides já é contrário a Heráclito, dizia que temos a sensação de que tudo muda, mas o mundo é constante, não muda. Para ele, o ser é o que não muda, e o não ser é ilusão.
Para estes filósofos as sensações nos enganam. Os pré-socráticos dizem que a Identidade é algo que não muda, forma você desde o nascimento. A questão agora é identificar qual linha de raciocínio é correta, a de Heráclito, ou Parmênides?
Platão considera que Heráclito está correto quanto ao mundo material, físico (mundo sensível, segundo Platão), pois a matéria é o que está sujeito a mudanças contínuas e a oposições internas. Este mundo é um devir permanente.
Porém, para Platão este mundo é apenas uma aparência (analogia da caverna) do mundo verdadeiro, real, sobre o qual Parmênides teria razão; o mundo verdadeiro é o das essências imutáveis, sem contradições.
Devemos utilizar a dialética para abandonar as essências, conhecer o verdadeiro. A dialética consiste no debate, algo deve ser dividido em partes contrárias e opostas; verificamos qual parte é a verdadeira ou falsa e assim se divide até que chegue a uma parte indivisível, que seria a verdade.
Aristóteles já parte para outro raciocínio. Primeiramente, considera desnecessário separar realidade e aparência em dois mundos diferentes, existem seres com essências mutáveis e imutáveis. O erro de Heráclito foi o de achar que tudo e todos os seres mudam para seus contrários.
Prosseguindo, Aristóteles diz que a dialética não é um procedimento seguro para a linguagem da Filosofia e ciência; a escolha de uma opinião contra a outra não garante que cheguemos à essência do objeto investigado. A dialética seria boa para debates políticos, teatros, para a retórica, com a função persuasiva. Aristóteles cria a lógica analítica, um instrumento para o conhecer, que oferece procedimentos que devem ser empregados naqueles raciocínios que se referem a todas as coisas das quais possamos ter um conhecimento universal e necessário, e possui como ponto de partida princípios; diferente da dialética platônica que seria um modo de conhecer onde, da luta de contrários chega à verdade do que é idêntico e o mesmo para todas as inteligências.
Aristóteles propôs a primeira classificação de ciências e conhecimentos, separando em três tipos: teoréticas, práticas e produtivas. Uma vez que para Aristóteles, a lógica não era uma ciência, mas um instrumento para as ciências, ela não está nestas classificações.
A lógica, por sua vez se caracteriza como instrumental (instrumento do pensamento), formal (se preocupa apenas com a forma pura e geral dos pensamentos), propedêutica (é o que devemos conhecer antes de iniciar uma investigação científica ou filosófica), normativa (fornece princípios, leis, regras e normas que todo pensamento deve seguir se quiser ser verdadeiro), doutrina da prova (estabelece as condições e os fundamentos necessários de todas as demonstrações), geral e temporal (as formas do pensamento são universais, necessárias e imutáveis como a própria razão). O objeto da lógica é a proposição que exprime, através da linguagem, os juízos formulados pelo pensamento, e é constituída por elementos, que são seus termos (aquilo que serve para designar algo, indica o que uma coisa é ou faz, ou como está). Existem dez categorias, ou termos: substância, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, posição, posse, ação, paixão ou passividade. Possuem duas propriedades lógicas: a extensão (conjunto de objetos designados por um termo ou uma categoria) e a compreensão (conjunto de propriedades que esse mesmo termo ou essa categoria designa). Quanto maior a extensão de um termo, menor sua compreensão, e quanto maior a compreensão, menor a extensão, é uma relação inversamente proporcional.
Os termos, categorias, são divididos em três tipos: gênero (extensão maior, compreensão menor), espécie (extensão média e compreensão média) e indivíduo (extensão menor, compreensão maior).
O funcionamento deste processo de dá pelo método de que na proposição, as categorias ou termos são os predicados (propriedades) atribuídos a um sujeito (substância). Proposições representam o juízo e a realidade.
Dois tipos de proposições, do ponto de vista do sujeito: proposição existencial (declara a existência, posição, ação ou paixão do sujeito) e proposição predicativa (declara a atribuição de alguma coisa a um sujeito por meio da cópula). Se classificam segundo qualidade (afirmativas [atribuem alguma coisa a um sujeito] e negativas [separam o sujeito de alguma coisa]) e quantidade (universais [quando o predicado se refere à extensão total do sujeito], particulares [quando o predicado é atribuído a uma parte da extensão do sujeito] e singulares[quando o predicado é atribuído a um único indivíduo]). Além disso, proposições também se distinguem pela modalidade, sendo: necessárias (o predicado está incluído necessariamente na essência do sujeito, fazendo parte dessa essência), não-necessárias ou impossíveis (quando o predicado não pode, de modo algum, ser atribuído ao sujeito) e possíveis (o predicado pode ser ou deixar de ser atribuído ao sujeito). Prosseguindo com as tipologias, a proposição está submetida aos três princípios lógicos fundamentais, condições de toda verdade: princípio da identidade (um ser é sempre idêntico a si mesmo), princípio da não-contradição (é impossível que um ser seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação) e princípio do terceiro excluído (dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente verdadeira e a outra necessariamente falsa). Por fim, podemos classificar as proposições segundo relação: contraditórias (temos o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma das proposições é universal afirmativa e a outra é particular negativa; ou quando se tem uma universal negativa e uma particular afirmativa), contrárias (tendo o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma das proposições é universal afirmativa e a outra é universal negativa; ou quando uma das proposições é particular afirmativa e a outra é particular negativa) e subalternas (uma universal afirmativa subordina uma particular afirmativa de mesmo sujeito e predicado, ou quando uma universal negativa subordina uma particular negativa de mesmo sujeito e predicado).
A proposição pode declarar um juízo apodítico, quando a proposição é universal e necessária; hipotético, quando a proposição é universal ou particular possível, ou disjuntivo, quando a proposição é universal ou particular e comporta uma alternativa que depende dos acontecimentos ou das circunstâncias.
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