A Psicologia Social / Identidade (Parte 2)

Devido aos homens estarem sempre em interação, existe uma área da psicologia voltada especificamente a isto, denominada Psicologia Social, definida pelo psicólogo brasileiro Aroldo Rodrigues. A seguir falaremos sobre os principais elementos desse encontro social. 

Percepção Social – Aqui percebemos a presença do outro, juntamente com um conjunto de características apresentadas, que nos possibilita ter uma impressão sobre a pessoa. 

Comunicação – A troca de informações entre os indivíduos, a partir dos códigos transmitidos e decodificados. A psicologia social, dentro disto, estuda a influência e interdependência entre as pessoas que se comunicam. 

Atitudes – Informações adquiridas no processo comunicacional, aliadas a forte carga afetiva, que influencia o indivíduo a tomar determinada ação, externar o comportamento. Nos possibilita certa regularidade na relação com o meio, são bons preditores de comportamento. 

Mudança de Atitude – De acordo com a contextualização, vivência, onde vemos situações diferente,s por prismas diferentes, recebemos novos afetos, comportamentos e informações, podemos modificar nossas atitudes. 

Processo de Socialização – O indivíduo torna-se parte de um conjunto social, e começa a formar o conjunto de crenças, valores e significações. 

Grupos Sociais – Elementos ou organizações que servem como intermediário entre o indivíduo e o conjunto social. São organizações pequenas de indivíduos que possuem objetivos em comum e cria ações para atingi-los. 

Papéis Sociais – O que se espera de comportamento de uma pessoa que ocupa um determinado espaço, função, posição; expectativa comportamental definida pelo conjunto social é o papel prescrito da pessoa. Os comportamentos manifestados no encontro seria o papel desempenhado. 

Esta teoria recebeu diversas críticas, por se limitar à observação e nomeação dos processos observáveis do encontro social, ter seu desenvolvimento comprometido com os objetivos da sociedade norte-americana do pós-guerra; partir de uma relação estreita do social. 

Para superar estes conflitos, existe o processo de criação de uma nova psicologia social, que passa a estudar o psiquismo humano, compreendendo a construção do mundo interno humano a partir das relações sociais vivenciadas. Aqui o mundo objetivo muda sua posição, de fator de influência, para fator construtivo da subjetividade. 

A unidade básica fundamental da vida do sujeito material é a atividade, pois através dela o homem se apropria do mundo, ou seja, faz a transição do que está externo, ao seu interior. Torna-se a base do conhecimento e pensamento do homem, esta interação, interatividade. 

Já a forma como o homem se relaciona com o mundo objetivo é expressada pela consciência; reagimos ao mundo compreendendo-o. É um produto das relações sociais que os homens estabelecem; inclui, além do saber lógico, o inconsciente (sentimentos, desejos). 

Para a criação e desenvolvimento da consciência, devem existir fatores externos que estimulam o homem, como o trabalho, a linguagem, a vida social. 

Através das vivências, o homem possui representações e sentimentos a respeito de si próprio, uma síntese pessoal sobre si mesmo; isso se denomina identidade, também importante no estudo da psicologia social. Ela não é algo estático, contínuo; está em desenvolvimento, processo de formação, altera segundo fatos, mudanças, novas relações. 

Esta nova Psicologia Social deixa de ser descritiva, para ser explicativa, compreensiva, analisando os elementos de forma muito mais aprofundada, estabelecendo as relações; concebe o homem como um ser de natureza social; desvincula-se da tradição norte-americana de ciência pragmática. 

Atualmente existe um processo de diluição de nossa cultura em entretenimento e publicidade; com isto, a juventude, autenticidade e rebeldia se traduzem em elementos que se pode comprar e vestir. No início do século tínhamos um padrão diferente seguido, onde as pessoas faziam de tudo para aparentarem serem mais velhas, e não se supunha que a mulher tivesse visibilidade pública. Uma mudança disso veio com o cinema, onde o close up torna a juventude um imperativo. O rosto ampliado deveria ser jovem. O cinema, aliado às mudanças pós Guerra mudou conceitos. A imagem se liberta dos sentidos quando estabelecemos um contexto da expansão das comunicações.

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