Para a psicologia clássica, os sintomas de doenças mentais estão relacionados com bases orgânicas, fisiológicas, ou seja, de cunho biológio. Alguma alteração, distúrbio no cérebro (órgão), ou na rede neural é responsável por acarretar mudanças comportamentais. Para aprofundar este campo de pesquisas, criou-se um mapa cerebral, indicando as determinadas regiões encefálicas e suas respectivas funções e controles; desta forma, facilitando a localização dos problemas mentais. Caso a doença mental seja identificada como orgânica, o tratamento pode ser feito com medicamentos e produtos químicos.
Porém, ao tratar estes assuntos referentes a patologias mentais, podemos retomar às contribuições científicas de Freud. Uma distinção de seu modo de vista, é que a metodologia que ele utiliza, suas terminologias sobre as distinções de pessoas normais e anormais são questão de grau, e não natueza. Isso significa que todas as pessoas possuem a mesma estrutura de personalidade (sua natureza), o que se difere é o grau de ativação das determinadas estruturas, que podem resultar nestas patologias. Para Freud, as neuroses são as expressões de conflitos que o indivíduo teve em sua infância. Ele divide as neuroses em:
Neurose Obsessiva – a pessoa possui comportamentos compulsivos, idéias obsedantes, dúvidas sobre os atos, o fazer e não fazer, e conflito entre estes pensamentos.
Neurose fóbica ou histeria de angústia – O principal sintoma é a fobia. Esta fobia é criada pela fixação das angústias em um objeto externo. Por exemplo, medo de altura, animais, etc.
Neurose histérica ou histeria de conversão – A simbologia dos conflitos se dá em sintomas corporais, como as crises (crise de choro, úlcera, paralisia de um membro).
Neurose traumática – aparecem após uma situação de risco onde a pessoa corre risco de vida. Ela fica pensando nesta situação traumática de forma exagerada e continuada, possui perturbações de sono. Porém, mesmo estas, para Freud ocorrem por uma predisposição que gera esta estrutura neurótica.
A Psicose (termo utilizado para representar uma doença mental) ocorre quando uma inversão ocorre nos processos comuns de relação id e ego. Neste caso, o ego se rompe com a realidade, ficando sob o domínio do id e, com isto, conforme a doença ganha força, o ego chega a reconstruir a realidade de acordo com sentimentos e sensações do id. As subdivisões da psicose:
Paranóia – Indicada por delírios mais ou menos sistematizados, mono ou multitemáticos. A capacidade mental não é prejudicada.
Esquizofrenia – Podendo gerar a deteriorização intelectual afetiva, este é um estado mais grave, onde a pessoa se afasta da realidade, ficando em seu próprio mundo interno de fantasias.
Mania e melancolia ou psicose maníaco-depressiva – Oscilação de estado de euforia extrema (mania) ou o oposto, os estados depressivos (melancolia). Uma pessoa depressiva nega a interação com os outros, não possui os auto-cuidados, podendo até mesmo cometer suicídio.
Em uma abordagem psicológica, a geratriz das doenças mentais é um grau de perturbação da personalidade (o índice do desvio de uma personalidade que seria considerada normal). Em gradação, podemos dizer que as psicoses são mais extremas, sendo distúrbios de personalidade total, enquanto as neuroses são mais amenas, sendo estas distúrbios de aspectos da personalidade.
As análises do que seria normal e patológico pode ser complicada, quando levamos em consideração que o princípio de normal e patológico são extremamente relativos. Isto pode variar, por exemplo, de culturas; algo que, para determinada cultura é normal, para outra pode não ser. Esta classifica então de patológico o que a outra cultura classifica como normal. Devido a isto, o poder possuído pela ciência e profissionais de, a partir de um diagnóstico formular-se o destino do paciente, deve ser questionado, visto que as formulações baseiam-se em um conjunto de conhecimentos muito polêmico e incompleto. Isto ainda piora ao analisar o médico ou psicólogo como um indivíduo pertencente a determinada sociedade, que acaba por sorver seus costumes e, então, deixar que estes costumes intervenham na formulação de seus conceitos de normal e patológico. Já dizia Einstein: Tudo é relativo, nada é abosluto! Nesta célebre frase, a física completa a psicologia.
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